Foto: Valter Campanato/Agência Brasil (Divulgação)
A Vigilância em Saúde de Santa Maria acompanha mais um caso de meningite em crianças do município. Conforme a superintendente Cecília Mariane Pinheiro Pedro, não há cenário de surto, mas sim episódicos isolados da doença, que é endêmica e costuma se manifestar com alguns registros ao longo do ano.
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O caso mais recente, informado pela prefeitura na quarta-feira (3), segue como suspeita e a criança está estável. Ela já estava afastada da escola antes da notificação, o que facilitou o controle e evitou contato com outros alunos. Técnicos da Vigilância Sanitária foram ao local para orientar a direção sobre medidas de higiene e ventilação, sem necessidade de suspender as atividades.
— Destacamos que não temos um cenário de surto. São casos isolados e cada situação é avaliada individualmente — afirmou Cecília em entrevista nesta quinta-feira (4).
Vacinação: proteção fundamental
A superintendente reforça que o calendário vacinal completo é a melhor forma de prevenção, principalmente contra infecções respiratórias que podem se agravar. A única vacina não contemplada pelo SUS é a meningocócica B, que protege contra uma forma mais grave, mas de menor circulação.
— Não adianta buscar somente a vacina contra meningite. A proteção vem do calendário completo — alerta Cecília, destacando que crianças seguem com baixa cobertura para Covid e gripe em Santa Maria.
Vacinas oferecidas pelo SUS que ajudam a prevenir formas de meningite:
- BCG (ao nascer)
- Pneumocócica (2 meses, 4 meses e reforço com 1 ano)
- Meningocócica C (3 e 5 meses e reforço com 1 ano)
- Meningocócica ACWY (reforço com 1 ano e para adolescentes de 11 a 14 anos)
- Pentavalente e DTP (previne contra coqueluche, uma infecção respiratória. Para 1 ano e 4 anos)
- Influenza (a partir dos 6 meses)
- Covid-19 (esquema de 3 doses que devem ser feitas entre 6 meses e 4 anos)
Orientação em caso de novos registros
Cecília enfatiza que protocolos adicionais, como bloqueio vacinal ou medidas mais restritivas em escolas, só são adotados quando o cenário indica risco coletivo. E inclui as decisões da secretária em nível estadual.
— Cada caso é analisado tecnicamente. Caso haja aumento de registros em uma mesma região, isso será investigado e as ações serão definidas de forma conjunta com o Estado. Observamos que casos são esses, qual é a situação, o que que está causando tudo isso — explica.
O papel da Vigilância
A superintendente explica que o trabalho envolve monitoramento, orientações e medidas de controle junto às escolas, hospitais e famílias:
- A Vigilância Epidemiológica acompanha o caso, mantém contato com a unidade de saúde e orienta sobre sinais, sintomas e fluxo de atendimento;
- A Vigilância sanitária realiza inspeções no ambiente escolar, com foco em limpeza, ventilação e cuidados coletivos;
- O município atua em conjunto com o Estado para definir estratégias adicionais.
O primeiro caso
O novo caso suspeito gera preocupação, porque no dia 19 de novembro, uma criança de 4 anos morreu de meningite bacteriana em Santa Maria. Ela era aluna da Escola Municipal de Educação Infantil Zulânia de Fátima Salamoni, no Bairro Tancredo Neves.
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